quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Agosto de 1997

No mês de agosto na FAMEMA, era comum a vinda de alunos de intercâmbio.

Uma vez ficou em nossa república, Theodor. Um búlgaro de cabelo a la He-Man, que não tomava banho, ou pelo menos não como nós estávamos acostumados.

Respeitando os devidos costumes, entendo que o banho uma vez por semana na Bulgária, poderia ser suficiente. Mas em um país tropical como o nosso, sobretudo no mês de agosto em Marília, passar mais de um dia sem se duchar, não havia perfume francês que aguentasse!

Nunca me esqueço a indignação do Feijão contando, quando o convidou para passar um fim de semana em Araraquara, e as 2 únicas coisas que levou foram uma toalha de rosto e uma escova de dentes!

Outra vez, Belezinha, Cesinha e eu fomos buscar a Mônica em São Paulo, depois de nossa última despedida em Granada, e decidimos levar o gringo para conhecer a capital. Fomos a cinemas, museus, restaurantes... e depois de 2 dias, aquele cabelo loiro, escorrido e grudado, minaram qualquer chance de aproximação com alguma nativa. Fiquei com dó do Beleza e do Cesinha que viajaram com ele atrás na D20, os 500 Km de volta até Marília!

Entretanto, esta narrativa começa um ano antes, na aula de patologia, onde nos apresentaram Charo e Mônica. Eram duas espanholas da Universidade de Granada. A primeira era pior que Hefaísto, mas a segunda... era a encarnação de Venus... a divindade em pessoa!

Nestas horas o tempo urge, devida a concorrência... A dificuldade de comunicação foi o primeiro obstáculo, e quem já ouviu algum espanhol falando inglês, sabe o que digo! Decidi que seria mais eficaz o bom e velho portunhol!

Naquela época, os Titãs acabavam de lançar o acústico. E como bom anfitrião, não esperei para convidá-la para ir ao show. Só não considerei um fora por inteiro, porque a encontrei no ginásio da Unimar e percebi que ela também me mirava.

Contudo, o fora maior foi quando mandei flores e a convidei para me ver tocar no Alquimia! Nunca fui tão humilhado! A ingrata mal conversou comigo a noite toda... Fiquei tão arrasado, que no fim da noite viajei 300 km até a casa dos meus pais.

Mas alguma coisa fez aquele coração espanhol repensar seus maus tratos... tanto que num outro dia foi até minha república com a desculpa esfarrapada de trocar camisetas de faculdade! Menos mal que não tinha os mesmos hábitos do Theodor...

Mas a esta altura, o mês de agosto se findava juntamente com a temporada de estrangeiros. Em alguns dias, a viagem para Búzios programada desde o começo do ano com mais 20 Kapetas, concretizaria-se. Então, eu precisava me esforçar para aumentar a minha estúpida estatística...

Ledo engano! O sucesso do meu empenho só tornou mais amarga a despedida... Nem o space cake do Sardinha lá em Búzios, me fez esquecer aquela espanholinha. Por um bom tempo não pude escutar "Pra dizer Adeus" dos Titãs!

O Feijão dizia que 1994 havia sido o melhor ano da sua vida. Mas para mim, aquele mês de agosto de 1997, mudara para sempre a minha vida. E repensando na probabilidade dos fatos, eu jamais poderia imaginar, que aquela despedida fora na verdade, o início de vários reencontros...

4 comentários:

  1. Ei, BG!!
    "Pastou" na mao da espanholinha, ein?kkk
    Minha avo e espanhola, a gente e meio toureira ("sangue quente e dura na queda")...

    Ah, "minaram qualquer chance de aproximação com alguma nativa"...
    Adoro o jeito q vc escreve!!
    Obrigada por mais esta pagina "famemense". Bj

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  2. Querida Raiane! Não me diga que o Theodor... e... você... ??? Acho que subestimei aquele búlgaro!

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  3. ??? hahahahaa Nao entendi de onde vc concluiu isso... eu so citei um dos trechos q mostra seu "estilo literario"....e q gosto do jeito q vc escreve...Nao sou chegada em porquinhos assim nao... porquinhos assim so na Intermed..kkk... ate porque eu tb estarei assim...;)

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  4. Caríssima Raiane... eu pensei que você queria dizer que eu estava errado quando escrevi aquilo! kkkkk... menos mal! subiu no meu conceito!

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