sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pratas da Casa de 1996

Aquele Pratas da Casa de 1996, seria mais uma festa da FAMEMA, se não fosse por um episódio bizarro que chocou todo Brasil.

Seria mais uma chopada no Espaço Cultural, onde depois de algumas horas de festa, o chão já estaria até os tornozelos de água, e alguns Kapetas arranjariam encrenca com os seguranças.

Seria a primeira vez que Feijão, Belezinha e eu tocaríamos juntos, mas ainda longe de pensar em formar os Esculápius.

Seria mais uma quinta-feira de festa, que no dia seguinte a maioria dos Kapetas faltariam a aula, voltariam para suas cidades, para curtir a ressaca e a depressão nos colos dos nossos pais.

Contudo, foi no Fantástico que ficamos sabendo, da atrocidade que acontecera naquele dia: um aluno da FAMEMA, matara degolado os pais adotivos por motivos fúteis!

Os detalhes prefiro não narrar... não me lembro do seu nome. Mas seu apelido era Catarro!

Era um cara meio gordo, meio alto, da cara redonda e que falava cuspindo. Desses que hoje em dia seria taxado como mais uma vítima de Bullyng!

Pensando no assunto, acho que pratiquei muito Bullyng durante minha adolescência, mas também fui vítima algumas vezes, e nem por isso saí matando ninguém! O máximo que fiz, foi distribuir alguns supapos, e só!

O fato foi que naquela quinta-feira de setembro de 1996, Catarro e 2 comparças, cometeram duplo assassinato. E para simular um hálibe, passou pela nossa festa, e mais tarde, no Coronel Cachaça!

O crime sórdido, muito mal planejado, foi rapidamente desvendado pela polícia. E Catarro e seus 2 comparças, hoje cumprem pena na penitenciária de Marília.

Lembro-me uma vez, já no internato, de atendê-lo no PS, depois de sofrer empalamento. Apesar de ter estudado até o 3º ano, era conhecido no presídio como Doutor.

De "Catarro" ser promovido a "Doutor", sem dúvidas foi uma evolução muito grande. E espero que ele continue "Doutor" no presídio onde está, por muito mais tempo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Neve em Marília!



Em outras opurtunidades, comentei que minha primeira república se chamava Varanda. Um sobrado que ficava em cima do açougue, conhecida principalmente por suas festas, sem hora e nem dia para acabar.

No final da primavera de 1995, organizamos uma festa que ficou marcada em nossas vidas. Era aniversário de alguns Kapetas, e espalhamos a notícia por toda FAMEMA!

Apareceram na festa os mesmos malucos de sempre. Mesmo assim, achamos que as 25 caixas de cerveja seriam insuficientes.

Geralmente, nossas festas só terminavam quando acabava a cerveja, mas naquela vez, acho que exageramos!

Depois de 3 dias, ainda tinha gente bebendo! Mas o Vô... quando acabou a última garrafa, lembro-me que atravessou a rua até a Beduína, e comprou mais 6 cervejas, e assim ficou por quase uma semana. Não me lembro de vê-lo comer, só me lembro dele bebendo e aspirando um descongestionante nasal!

Mas foi no primeiro dia de festa que o inesperado aconteceu!

O Japa levara um puff de couro, de uns 2 m de diâmetro, recheado com milhões de bolinhas de isopor, que o deixava ainda mais macio e convidativo a uma siesta bem relaxante.

Depois de algumas cervejas, alguns Kapetas resolveram treinar salto em altura, utilizando o puff para amortecer a queda.

Umas cervejas mais tarde, o Bozó inventou um campeonato de colocar o pé mais alto na parede. Por ter ele quase 2 m de altura, já começou com enorme vantagem... então alguém resolveu usar o puff em seu favor, encostando-o próximo a parede, e após um forte impulso e bater o pé na parede, caía de costas no puff.

O campeonato durou pouco. Depois de alguns saltos, o puff arrebentou, enchendo a casa com minúnsculas bolinhas de isopor.

Não lembro ao certo quem teve a idéia, acho que foram Sorocaba, Clóvis, Naniko e Dudi. Encheram baldes com aquelas bolinhas, e jogaram na galera que estava na parte de baixo da casa.

Lembro-me daquelas bolinhas caindo, refletindo as luzes dos postes de iluminação da rua...uma brisa fresca anunciando o fim da primavera, dava um toque de inverno londrino na nossa festa... Foi surreal! E assim fizemos nevar em Marília...

E quanto mais o vento soprava, mais as bolinhas caiam na caixa d`água e entravam no porão do açougue.

Na manhã seguinte acordamos com xingamentos e socos na porta de casa. Era o pessoal do açougue... não sei se indignados com a bagunça que fizemos, ou com inveja da nossa vida boêmia!

Por menos que tivesse dormido, e por mais que estivesse de ressaca, eu não gostava de faltar à aula. Mesmo que fosse para ficar de óculos escuro dormindo no fundo da sala! Então, Feijão e eu, fizemos a verdadeira missão impossível para sair de casa, sem encontrar com a gente do açougue.

Naquele dia não almoçamos em casa e voltamos só de noite, quando as coisas já estavam mais calmas.

Fui ver as marcas do campeonato na parede, e a minha surpresa foi ver a marca de um pé no teto. Pelo tamanho e o formato, parecia um pé femenino. Pensei: "como aquilo seria possível? Se ao menos fosse um sapato, não seria difícil imaginar que pudesse ter sido retirado, e arremeçado contra o teto. Mas um pé!"

A marca daquele pé ficou ali por muito tempo, para lembrarmos que se fizemos nevar em Marília, éramos capazes de qualquer coisa...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Naturismo


Numa das primeiras chopadas que fui na FAMEMA, lembro-me do Bolinha, Mineiro e do Montanha, correndo os 100 m rasos, sem roupa!

Infelizmente, nem Vanessa e nem Janaína nunca se dispuseram em dar este espetáculo...

O Sorocaba gostou tanto daquela idéia, que adotou como filosofia de vida. E um colega, metido a corredor, decidiu ser seu seguidor...

Ele começou de maneira tímida, primeiro correndo só 10 m, no seu primeiro Churrasco dos Bichos. Mas no Pratas da Casa, achou que já estava bem condicionado, e correu pela primeira vez os 100 m sem roupa. Talvez, se o Tamura tivesse cronometrado naquele dia, com certeza o tempo seria inferior aos 11,04 s que ele correu na Intermed de Americana!

No entanto, foi numa festa na Varanda, que o nosso amigo se superou! Já eram altas horas da Madrugada. O Sorocaba estava sem condições de correr os 100 m, e sugeriu que todos ficassem sem roupa, ali na festa mesmo.

Seria a verdadeira festa do cabide, se as meninas tivessem concordado com a sugestão. No entanto, dessa vez, nem Sorocaba, nem Clóvis e nem ninguém aderiu ao Naturismo. Estava frio, e só o nosso amigo corredor, tirou suas vestimentas.

Demorou alguns segundos até perceber que ele era o único "Naturista"! Ficou ali, desfilando desnudo, por mais alguns minutos, até que o convencemos a colocar suas roupas, antes que pegasse uma pneumonia.

Menos mal que naquela época não existia câmera digital e nem You Tube...

Ouvi dizer que o nosso amigo Naturista, tornou-se um excelente profissional. Até fez pós-graduação em cirurgia! Mas ainda hoje, gosta de no verão, ir para as praias da Espanha, e livrar-se de qualquer tipo de pano.