Demorei 3 anos para entrar na FAMEMA... e 8 anos para sair dela! Considerando ainda os 4 anos de residência e os 3 anos de Mestrado, são 18 anos de perseverança, teimosia ou burrice?
Nunca fui um aluno exemplar. O mal desempenho no ciclo básico, talvez tenha sido por pura imaturidade.
Sempre tive em mente, que os anos de faculdade seriam os melhores de minha vida, e foram! Então, não acho que o tempo a mais que fiquei na FAMEMA foi em vão.
Se eu não tivesse caido de turma no 1º ano, talvez não tivesse a oportunidade e o privilégio de conhecer o Feijão.
Se a reprovação em patologia não acontecesse, com certeza eu não conheceria Mônica, e Paola não estaria aqui para me mostrar o verdadeiro sentido da vida.
Isso me faz refletir que nada é por acaso, e que talvez, eu não estivesse preparado para tanta responsabilidade que a profissão exige.
Não foi fácil o caminho até aqui. No transcorrer dessa jornada, foram inúmeros os momentos de alegrias e decepções. Mas acho que a vida é assim, um dia estamos felizes, outro dia nem tanto, mas viver é saber equilibrar as antíteses.
Hoje, encerrando mais uma etapa da minha vida, aprendi que qualquer pessoa é capaz de ser o que quiser. O pré-julgamento, às vezes pode surpreender. Ou talvez, tenha chegado até aqui, somente para provar para mim mesmo, tudo o que acabo de dizer.
Não acho que fui perseverante, pois perseverante é aquele que tem um objetivo, e luta até consegui-lo.
Talvez eu tenha sido teimoso, pois nunca tive um objetivo claro. Diferente do Beleza, que já sabia que seria psiquiatra, antes de entrar na faculdade, mesmo sem saber que para tal, antes teria que fazer medicina.
Primeiro decidi fazer medicina, mas no fundo, nunca pensei no ofício. Depois que entrei na faculdade, até o sexto ano, nunca havia pensado em fazer cirurgia. E durante a residência, nunca havia pensado em ser professor!
Assim a vida me trouxe até aqui. Fatos, pessoas e acontecimentos que ajudaram a traçar minha trajetória. E se me perguntassem se faria tudo de novo, responderia, sem dúvida que sim! Mas talvez, sem brigar tanto...
Seja por perseverança, teimosia ou até mesmo burrice, o fato é que nada disso teria sentido, se hoje eu não estivesse feliz! E hoje, estou muuuiiitoooo feliz...
Sejam bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo recordações do período que estudei medicina na FAMEMA. Se quiserem, poderão colocar seus comentários ou sugestões. Um grande abraço a todos, e divirtam-se.
sexta-feira, 4 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
Jogos Universitários
No início da década de 90, a atlética da FAMEMA ainda se organizava para tornar-se competitiva nos jogos de intermed. Para entretermos, participávamos dos jogos universitários, que serviam de treino e estímulo aos Kapetas atletas.
Naquela época não existia medicina na Unimar, e a rivalidade era entre a FAMEMA e a Veterinária.
Lembro-me de uma final de basquete entre essas duas faculdades. O Bozó, que ainda jogava profissionalmente no Araraquara, estava no auge de sua forma física (até cabelo ele tinha! Tudo bem que era só uma “lingulinha” no alto da testa, mas era cabelo!), e juntamente com o Português, Lipa e Gutão, deixavam a FAMEMA com um timaço.
O jogo foi no ginásio da Unimar. A tensão era muita. Imaginem... toda universidade torcendo contra nós! E, ingenuamente, nós Kapetas, ficamos na arquibancada do outro lado da porta de saída!
O jogo seguia disputadíssimo... era cesta lá, outra cá, dois pontos aqui, três do outro lado...
Na quadra, enquanto o Lipa vomitava de tanto correr, na arquibancada, meus braços doíam de segurar a Melancia Atômica que o Brucutu fizera (afinal, bicho era pra essas coisas!), o Stênio sentado no nosso boneco Kapeta, que mais parecia o Gasparzinho pintado de vermelho, e o Naniko, como sempre, comandando o bonde da excursão...
Não me lembro ao certo como tudo aconteceu, acho que foi depois de uma enterrada do Bozó, quando latinhas de cerveja começaram a voar em nossa direção. A minha primeira reação foi de pânico, era muita gente contra alguns poucos Kapetas, sendo que uma boa parte eram meninas...
Mas um bom Kapeta não foge da briga. A quadra tornou-se o campo de batalha. Foi uma quebradeira geral. O Tonico distribuia mordidas na mesma proporção em que dávamos e recebíamos socos e pontapés! Naquele dia pude comprovar como aquele cachorrinho era guerreiro...
Também não me lembro quem ganhou o jogo. Só sei que no outro dia acordei com um hematoma no olho esquerdo, e com as mãos e os braços muito doloridos (mas até hoje não sei, se foi seqüela da briga, ou da Melancia Atômica). Por muito tempo relembramos o acontecimento histórico daquele dia.
Contudo, nessas brigas não tem quem bata ou quem apanhe, todo mundo bate e apanha, e quem saiu perdendo fomos nós mesmos, com a extinção dos Jogos Universitários.
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